27.12.06

Fim de ano... (manias, surpresas e detalhes)

eu gosto de surpresas... o fim de ano sempre traz surpresas...
então acho que gosto do fim do ano. ok, confesso, fora o natal... acho nostágico, triste... não pelo que representa, o nascimento e tal, isso é legal, desperta bondade... seu valor realmente é bonito, mas vejo essa data presa à muitos sentimentos inrustidos, o local ideal para deixar as emoções virem à tona. e as músicas? ah não, desliga o som, por favor... e guardemos as emoções extravazadas para outro dia. se o natal é uma comemoração de aniversário façamos dela no mínimo mais empolgante... mas tá, não criemos polêmica, deixa o dia do velho noel pra (A)lá...

falávamos de fim de ano... vindo do meio de novembro, o derradeiro, o avaliador, o ano que passou.. (culminando com a retrospectiva da globo). esse sim, normalmente, me traz surpresas. seja um emprego perdido, uma viajem inesquecível... é interessante como, quando parece que nada mais vai acontecer, você se vê no meio de algo novo e belo. percebe coisas boas em detalhes, entende personalidades, desvenda carências... no meio disso tudo vê que dias podem marcar mais do que meses. e sente vontade de ficar brincando assim, pra sempre...

pessoas, amigos, parceiros... esses são presentes que o velho da coca-cola não traz no saco, mas tb não é ele que as leva embora.. sei que deixam saudades. saudades e vontades de momentos que, de tão legais, nos fazem achar graça em clássicos insuportáveis que, outrora, destruiriam nossos tímpanos (prendam a Simone, por favor!).

surpresas de fim de ano agregam experiência, curiosidade, alegria e, surpreendentemente, manias... sim, novas manias. Percebam que elas são contagiosas e o melhor é descobrir que vc não é tão doido quanto parece, ou que outro alguém é tão doido quanto você...
sei que as manias ficam, mas a semana passa, o ano se vai...
e o que era a surpresa de agora vira a nostalgia do próximo natal...



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Chega o momento em que você se vê sozinho
Sozinho dentro de suas manias
Manias passivas de controle
Controle que não quero ter

Eu quero, sim, não preocupar
Ocupar o tempo em detalhes
Detalhes que quero encontrar
Encontros que, por vezes, me vem

Posso ser alguém que espera acontecer?
Posso ter alguém a esperar?

Por vezes penso que o tempo só quer me enganar
E me acho dentro de alguém que, de cara, não pode me achar

Então lembro que, dentre as manias, uma é não desistir
O desafio me entorpece
Vício ou mania de insistir?

Tirar de alguém a mania que, há tempos, mostra ter
Criar descobertas, perder-se em cabelos, pescoços
Perceber que pode ser
Vertigem

Chego à carne depois de tanto roer
Mordo balas, confundo rótulos no café
Sinto a textura quase transparente
E vejo anjos deslizando pelo frio

Mais manias me consomem

Pelo gosto que sinto do pão
Pelo desejo que sinto do queijo
Por terrenos que invado e decido ficar
Pelo clichê da rima que traz o beijo

E volto ao momento em que me sinto sozinho
Sozinho em meio a novas manias
Manias refletidas em dois traços
Traços que não garantem o sol que nasce
Mas nascem únicos ao que se põe


d.