28.10.05

querer o belo sem medir a seqüela...

como pode querer por querer algo tão pequeno, um simples capricho, mesmo sabendo que as consequências podem ser bem ruins?

------
cata-vento

Depois que o frio passou e o gelo desceu
Qualquer sinal era visto como vida
De pronto avisa que pode ser o sol
Aquele raio aparente no batente da pia

A vista ainda é do seco
A falta de sopro que não deixa o cabelo dela voar
Vontade e vergonha
Querer o belo sem medir a seqüela

Completa noção do dissabor que outrora traria o barulho no mar
E inconseqüentes carências de algo por vezes pessoal
Mas sempre compartilhado
Visão inegável a quem precisa de felicidade

O que é um simples vôo ainda preso ao seu chão?
Se não a liberdade de ser fútil e gozar
Da brisa, com a brisa, pela brisa

Tendo certeza que mesmo na ajuda desse relento
Ainda que o céu nunca o tenha deixado de lado
É ao lado da cama que se sente seguro
Quando a luz que o dia mostra é o giro de seu cata-vento

d.