31.10.05

interessante é descobrir...

melhor do que descrever, explicar ou tentar ser entendido, é perceber...
olhar de fora, ver o que pensam de algo que conhece bem.
em textos muito pessoais já me perdi de explicações, tentativas de fazer sentir o mesmo que senti, naqueles que colocam sua visão de terceira pessoa.
prefiro agora observar... é lindo perceber a interpretação pessoal de algo tão pessoal.
por vezes as explicações vêm ainda mais belas, o banal torna-se herudito, o fútil vira cult.
da prosa lê-se poesia e percebo que cada um tem algo para se identificar dentro de um mesmo jogo de palavras.
digam vocês...

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uma gota de calma

Eu que andava descrente de certas cores
Dos sorrisos só via o falso
Onde o infortúnio muitas vezes insistia por estar
Ainda que tão falso quanto o sorriso
E tão certo quanto a dúvida que persiste

Eu que do mar só sentia o sal
Das nuvens sentia a chuva
Na chuva sentia frio
Com frio queria apenas não sentir

E ainda amargo era tido
Mesmo banhado daquele sal

Ora, do que vale um ser salgado
Se o tempero guarda para si?
Só expõe o desespero, o destempero
Mas o sal insiste em cair

Agora não vem mais do mar
Escorre, pára, tenta desviar
Acaba ali, sem chance de retorno
Consegue ultrapassar montanhas
E assim eu sinto

Percepção de vida
Desabrochar de papilas
Pudera ser simples assim
Unir o desabafo ao prazer

Crer em sensações por hora deixadas
Ainda que nunca esquecidas
Ponderar dois lados em um sentimento
Apenas um gosto de alívio

E o que torna essa face perplexa
É a simplicidade com que fazes surgir esse gosto
Um gosto de alma, de calma, de água
Sem açúcar, por favor

d.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Amo essa poesia!!! Encontrei outro sentido nela.... Deve ser por isso que es tão bela!!! Um beijão

1/11/05 13:21

 
Blogger sacha b. said...

sinto saudades :*

3/11/05 12:34

 

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